segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A perspectiva universalista e multiculturalista dos Direitos Humanos e as tradições locais


      A filósofa Martha Nussbaum afirma: “que existe uma obrigação universal de proteger os direitos fundamentais do homem e sua dignidade, assim como de reconhecer que a dignidade da mulher é igual a do homem. Se isso implica por em questionamento muitas tradições locais, ocidentais ou não, tal não tem importância, pois cada uma dessas tradições que negam esses direitos é injusta”.


      Essa afirmação de Martha Nussbaum considera a questão universal dos direitos humanos acima de qualquer cultura, religião e tradições locais. Embora a perspectiva universalista e multiculturalista dos Direitos Humanos aborde uma efetiva proteção do direito à diversidade cultural, no âmbito internacional, muitas violações desses mesmos direitos tem ocorrido em nome de uma cultura específica qualquer. No caso das religiões mulçumanas, por exemplo, as mulheres são as vítimas mais freqüentes e sofrem caladas em nome de uma tradição que historicamente a subjuga. A questão da afirmação da igualdade de gênero ainda hoje é uma questão de difícil solução. Por toda parte, em qualquer cultura, o tratamento dado às mulheres é inferior ao do homem. No ocidente, o machismo contribui para o tratamento desigual entre ambos os sexos; no oriente, em geral, o fundamentalismo religioso promove um conjunto de cerceamentos que a mulher tem que aceitar.

     É preciso refletir bastante sobre as formas, claras ou sutis, de desrespeito aos direitos fundamentais do homem, consolidados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A questão é saber hierarquizar os direitos para que um modo legitimado de vida não prejudique os direitos de cada indivíduo, independente de sexo, raça ou cultura.


Ouestão trabalhada numa aula de Direitos Humanos (Tema Transversal) - 2º semestre de 2010.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bento, que bento é o frade

Quando era pequeno, brincava de "Bento, que bento é o frade". Era divertido, pois o que o mestre mandava, sempre resultava num grande esforço de realização e alegria do dever cumprido. Meu filho, que não brincou dessa brincadeira, típica de espaços maiores que os dos modernos e apertados "playgrounds", ganhou o "Todo Pererê" do Ziraldo. Uma coleção de estórias da "Turma do Pererê", no qual se encontra a brincadeira, que o autor fez questão de apresentar para as crianças com menos sorte que seus pais. É conhecido também por "Boca de Forno" ou "Boca do Forno". Em várias partes do Brasil, o jogo é o mesmo, porém com algumas variações dos versos. Os de minha época de criança eram assim:


_ Bento, que bento é o frade
_Frade!
_Na boca do forno
_Forno!
_Tudo que seu mestre mandar
_Faremos todos!
_E se não fizerem
_Ganharemos bolo!


Os compositores mineiros Tavinho Moura e  Marcio Borges, ligados ao "Clube da Esquina" e às tradições musicais do interior, compuseram uma canção na qual se utilizam das imagens dessa brincadeira. A música está registrada no LP "Engenho Trapizonga" de Tavinho, lançado em 1982.


"QUE BENTO É O FRADE" (Tavinho Moura/ Marcio Borges)

Põe a mão no leme e vem navegar
Para onde o mestre nos mandar
Tudo que seu mestre quiser nos mandar
Barriga ronca e faz
Dançar com ele no meio do mar
Coragem sempre é bom
Obedecer, navegar
Tudo que seu mestre nos mandar

Quebra essa geleira e vem se queimar
Mesmo que seu mestre não mandar
Bento é o frade pra quem quer brincar
A boca é forno e faz
Brilhar a chama de tudo mudar
Coragem sempre é bom
Acontecer arriscar
Mesmo que seu mestre não mandar

Correnteza me lavou
Me levou, pra não voltar
Pirapora já passou
Juazeiro é lugar de chegar
Muito naveguei
E se o mestre não quiser
É só quebrar
Ganharemos bolo
Ganharemos bolo.

 .

Encontro de ex-alunos do IH da UCAM


No último dia 17, sexta-feira, reuniram-se na pizzaria "Boca do Forno", no Cetro do Rio, alguns amigos, ex-alunos do Instituto de Humanidades da Universidade Cândido Mendes - UCAM. Na ocasião, aproveitamos para comemorar o aniversário do amigo Roberto Carneiro. Foi um encontro muito agradável, no qual todos puderam falar sobre suas atividades atuais, assim como relembrar o tempo passado em conjunto. Professores, colegas e histórias foram contadas por todos, o que tornou o clima um tanto saudosista, porém agradável.






O nome do restaurante inspirou o nome deste blog!






Mídia e Mundo Contemporâneo A Questão da mídia e da esfera pública


Graças a um poderoso sistema de mídia, a esfera pública nunca foi tão púbica como nos últimos tempos. Desde a invenção da prensa gráfica de Gutenberg em 1450, passando pelo rádio e pela televisão até a rede mundial de computadores, a “instituição” do debate público ganhou força, qualidade e se ampliou. Hoje, pode-se atestar o vaticínio de Andy Warhol que disse: “No futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos”. Wahol, que era artista plástico, um gênio da Pop Art americana, sabia que a exposição da imagem, através de uma mídia que atingisse a massa, seria capaz de tal feito. Hoje, temos o fenômeno da Internet, que transforma, instantâneamente, um anônimo em celebridade. Através desse sistema de mídia, qualquer indivíduo, de qualquer parte do mundo, pode ser agente do debate no fórum mundial. Nesse contexto, um fato histórico merece uma menção: a fatalidade do “11 de Setembro” de 2001, pôs, nesse dia, milhões de pessoas em frente a TV, que assistiram, ao vivo, a colisão do segundo avião contra a segunda Torre Gêmea. É o espetáculo do instantâneo! Como num “Big Brother”, imaginado por Orwell, estamos cada vez mais expostos e nunca foi tão necessário refletir sobre.